A Qualquer Custo: Longe de ser um “Onde os Fracos Não Tem Vez” 

Jeff Bridges leva o filme a um outro patamar

A Qualquer Custo cartaz

Dos oito indicados ao Oscar de melhor filme, assistimos apenas três, já que os tiozinhos da Academia preferem dramas e filmes lentos e nós, filmes onde acontece alguma coisa. Dos três ‘A Chegada‘ é muito bom, mas não alcança a excelência, ‘Até o Último Homem’ é excelente e sensacional, meu favorito e um dos melhores que vi no ano, e o último é ‘A Qualquer Custo’ que para no bom, nem mais e nem menos.

O filme conta a história de dois irmãos que começam a roubar vários pequenos bancos em sequência no interior do Texas, enquanto um policial prestes a aposentar e seu parceiro seguem os rastros deles afim de encerrar a onda de assaltos.

O primeiro ponto negativo é a motivação, já que demora pra ser explicado e quando explicam não é lá aquelas coisas, só no fim tudo se encaixa e as coisas fazem sentido, mas aí já é tarde.

Os irmãos - A Qualquer Custo
Ben Foster e Chris Pine

O segundo é que o filme é um pouco arrastado, principalmente os momentos protagonizados pelo irmão bonzinho (Chris Pine de cara suja) não fluem, já que ele não consegue manter um diálogo normal com praticamente ninguém. Por outro lado o irmão mal (Ben Foster, indicado a alguns prêmios menores pelo personagem) tenta dar uma animada no filme, mas não tem tempo suficiente pra isso.

O sucesso desse longa está em Jeff Bridges. Quando eu assisti ‘A Qualquer Custo’ na hora me veio a cabeça ‘Onde os Fracos Não Tem Vez’, que pra mim é um dos melhores filmes da história, e comparar qualquer outro filme com ele já deixa o outro em desvantagem.
É claro que os filmes são muito diferentes, mas em alguns pontos-chave são muito parecidos, desde o cenário, passando pelo desejo do protagonista dar uma vida decente à sua família e chegando ao policial em final de carreira.

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E esse policial em final de carreira que dá o nome original de ‘Onde os Fracos Não Tem Vez’ (No Country for Old Men), também tem um papel de protagonismo em ‘A Qualquer Custo’ e Jeff Bridges faz por merecer a indicação de Melhor Ator Coadjuvante no Oscar.

Por ter mais tempo de tela do que teve Tommy Lee Jones, podemos conhecer mais a fundo o personagem e Bridges surpreende mostrando um policial de um outro tempo, cheio de preconceitos e piadas politicamente incorretas, mas que não tem maldade e sim um medo da solidão e de ser obrigado a abandonar uma carreira da qual ele dedicou toda a vida.

Policiais - A Qualquer Custo
A melhor dupla do filme é a dos coadjuvantes

Para ser justo com o filme, a metade final dele é muito boa, principalmente o ato final, com o último roubo sendo executado, todas as cenas de Jeff Bridges e seu parceiro meio índio, meio mexicano também são excelentes e as cenas só com o irmão mal são bem legais, e além das paisagens a retratação da cultura texana é algo único, mas são momentos esporadicos do filme que não são o suficiente para ganhar mais que um 8,5.


Cheio de belíssimas paisagens e ótimos personagens secundários, ‘A Qualquer Custo’ peca pelo protagonista chato e uma história que não se vende direito.

Tem um terceiro ato muito bom, mas o restante fica oscilando entre o bom e o ok, então dentre as três opções de Oscar que levantamos, esse foi o que mais decepcionou, mas ainda vale perder duas horas de um domingo para assistir.


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