Jessica Jones – Temporada 1 – Sai Jessica, ficaTennant

Kilgrave é o Loki em Hell's Kitchen

Cartaz Jessica Jones

Contando com o grande sucesso de Demolidor, a Netflix resolveu criar sua própria equipe de super-heróis, os Defensores, então para se juntar ao Murdock teremos séries para Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro.
Mais no futuro prometo que farei um post só falando nos Defensores (que existiu nas HQs, mas nunca com essa formação), hoje exploraremos Jessica Jones e um pouco de Luke Cage que também é apresentado na série da heroína.

SINOPSE

Na série exploramos a vida de Jessica Jones, uma detetive particular que possui super força e tenta superar um trauma sofrido, até que ela se depara com um caso que trará seu passado de volta à tona.

OS PERSONAGENS

O ponto forte tanto do Demolidor quanto de Jessica Jones são os personagens, heróis, vilões e coadjuvantes tem profundidade, histórias paralelas próprias e motivações diferentes para os seus atos.

Jessica Jones e cia
Jessica e sua turma

JESSICA JONES
É engraçado que a série estreou pouco tempo depois de Supergirl, e elas são o oposto total, Jessica é desbocada, bruta, mal-humorada, violenta, alcoólatra e muitas vezes não faz muita questão de ter a moral de uma heroína. E isso é o que a série tem de melhor, ela é uma ótima personagem, interpretada por Krysten Ritter ela é bruta, mas não deixa de ser feminina, é acida nos momentos de humor, e perfeitamente dramática nos momentos de tristeza.
Acredito que assim como o Charlie Cox, Ritter foi um grande achado, ambos participaram de vários projetos sem muita relevância, para agora sim brilhar e mesmo não sendo tão boa quanto o Charlie Cox ela faz muito bem a personagem.

Malcolm e Jessica Jones
Jessica e seu vizinho Malcolm

KILGRAVE
Aqui sim temos a estrela da série, interpretado por David Tennant, que foi o Doutor em Dr. Who por 5 anos, e ele se aproveita da sua experiência como o poderoso e até meio excêntrico Doutor como o vilão manipulador de mentes Kilgrave. As caras que Kilgrave faz quase o torna um daqueles vilões que você acaba amando, o temperamento, a naturalidade, o egocentrismo, e até o forte sotaque britânico dele o torna extremamente carismático, mesmo sabendo de tudo que ele já fez, em muitos momentos torci por ele. Querendo ou não ele é mais interessante e legal que a Jessica.

Kilgrave em Jessica Jones
O carismatico Kilgrave

LUKE CAGE
Pedi por mais Luke durante toda a temporada e acho que os produtores conseguiram criar uma expectativa para a série solo dele. Não posso dizer que ele é um personagem melhor que Jessica até porque ele só foi apresentado, mas como herói, da postura até as cenas de ação em si, ele dá um banho na Jessica (literal e figurativamente).
Como citado no subtítulo, ele me lembrou muito Loki do universo Marvel nos cinemas, é aquele vilão que não tem cara de mau, e nem faz cara de mau, usa a lábia a seu favor (Kilgrave literalmente) e pelo seu porte e comportamento normal não causa desconfiança as pessoas a respeito de sua índole.

Luke Cage em Jessica Jones
Luke Cage e sua pele impenetrável

JERI HOGHART
Estava pensando sobre qual coadjuvante eu falaria, já que além da própria Jeri, Trish, Simpson e Malcolm são fundamentais para a história, como personagem Eka Darville foi meu favorito como Malcolm, mas vou falar da Jeri exatamente pela atriz.
Carrie-Ann Moss, a Trinity de Matrix (claro que todo mundo reconheceu), o mais interessante é que sempre ouvi que o sucesso pós Matrix não foi tão grande quanto o do Keanu Reeves e Laurence Fishburne, porque ela não interpretava, Trinity não tinha emoções e por isso Carrie foi bem no papel dela. E aqui Carrie interpreta a advogada Jeri que é exatamente isso, uma mulher fria que põe seu trabalho à frente de tudo e ela ressurge com tudo nesse papel, ela mantem a poker face em todos os momentos e situações. Torço para ela enfrentar o advogado Murdock num futuro próximo, seria até uma boa desculpa para que os heróis das series se conhecessem.

Carrie-Ann Moss Jessica Jones
Carrie-Ann Moss é Jeri Hoghart

A SÉRIE

Olha amei o Demolidor, muito “real”, com uma história densa, e o tempo bem mesclado entre herói e advogado normal. Depois de assistir toda a primeira temporada eu estava disposto a amar qualquer outra coisa da Netflix e é claro que fiquei muito ansioso pela Jessica Jones.
Os primeiros episódios são cativantes, tem todo o mistério de quem é esse cara que consegue botar medo em uma mulher tão dura e poderosa, vemos as características nada convencionais da protagonista, conhecemos o tipo de serviço que ela presta para advogada Jeri Hogarth e até o protagonista da próxima série do Netflix, Luke Cage.

Mas a série não me cativou a ponto de fazer maratona nem nada, não cheguei a assistir mais que dois episódios seguidos e acho que o motivo principal está na história que poderia ter se resolvido na metade dos episódios. Alguns capítulos são apenas cliffhanger, 40 minutos de papo que pouco avança na história ou na construção dos personagens e então no fim sim, alguma coisa interessante acontece para fazer você assistir logo o próximo episódio.
Em certos momentos caímos no mesmo problema que a série House tinha, aparentemente estava tudo resolvido, mas como cada episódio tinha 50 minutos e ainda estava com 20 nós tínhamos a certeza que algo ia dar errado. Em Jessica Jones isso acontece pelo menos três vezes, está tudo dando certo, aí você percebe que ainda tem mais meia dúzia de episódios pela frente, e isso tira um pouco da emoção da coisa.
Além disso claramente faltou um cuidado na análise da força da heroína, em certos momentos com um soco ela joga alguém através da parede e em outros os inimigos conseguem imobilizar apenas segurando ela. Isso realmente me incomodou durante toda a temporada, ficou parecendo que sua força dependia da conveniência do momento, se é uma briga que ela tem que perder, a força dela é equivalente à de um homem, se ela precisa ganhar ou quebrar um cadeado (especialidade dela), surge a força sobrenatural esperada.
Só para encerrar o meu desabafo, a zona que eles fizeram na reta final da temporada foi bem decepcionante, o lance do Nuke começar a ser apresentado enquanto o Kilgrave ainda era uma ameaça deixou tudo muito confuso, poderiam ter deixado as histórias separadas para que tudo fizesse mais sentido.
O drama apresentado na história e seus personagens sim, são bem densos, e prenderam minha atenção durante todo o show, mesmo quando era clara encheção de linguiça, dava vontade de ouvir o que os personagens tinham a dizer e apresentar mais sobre a personalidade de cada um.

A força de Jessica Jones
Jessica Jones e sua força conveniente

VEREDITO

Fazendo todo esse bloco de reclamações parece até que não gostei, mas pelo contrário, é uma história bem legal com personagens mais complexos que de muita novela por aí que tem mais de 300 episódios para explorar.
Como drama e construção de personagens é uma ótima série, como série de super-heróis e considerando o roteiro como um todo é uma série média/boa, agora se alguém esperava ação posso dizer com tranquilidade que não chega aos pés da qualidade de Demolidor.

Tem seus momentos, acredito que a série pode ser dividida em três partes, onde cada uma delas é muito boa, mas a junção entre elas é ruim, em cada uma das partes se a temporada tivesse acabado ali, eu estaria feliz, mas não termina e acaba transformando todos aqueles personagens super legais que nos foram apresentados, simples babacas. Mas a série se redime no final, mesmo tendo seus momentos de personagens sendo idiotas, o final é muito bom e entrega a heroína do jeito que ela foi construída desde o início.

Kilgrave Jessica Jones
Queremos mais Kilgrave

Quase não assisti até o fim, assim como Agents of SHIELD, eu desanimei durante a série, mas assisti tudo e posso dizer que valeu a pena, principalmente por fazer parte de algo maior, Jessica Jones serviu muito bem para me deixar mais ansioso para a próxima temporada de Demolidor e para a nova série do Luke Cage.

E você, gostou da série? Está ansioso também para o que a Netflix está preparando para os fãs de quadrinhos, deixe seus comentários aqui e nas redes sociais e que as histórias baseadas em HQs dominem o mundo.


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