A Chegada 

Ficção e reflexão num ótimo filme

A chegada Cartaz

Filmes de ficção costumam me prender, mesmo os ruins, quase sempre tem algo a adicionar e certos pontos que me animam, então quando o filme é bem produzido tudo me leva a grandes expectativas.

Costumo supervalorizar os filmes que gosto, mas dessa vez já adianto que gostei de ‘A Chegada’ e ele tinha tudo para ser sensacional, mas empaca no ótimo, que o deixa fora da minha lista de melhores de 2016, mas nada que o impeça de estar concorrendo ao Oscar de 2017.

A História

O filme acompanha a linguista, Dra. Louise (Amy Adams), que é convocada pelo exército americano para tentar se comunicar com alienígenas que CHEGARAM aos Estados Unidos numa nave em formato de concha.
Além dessa, mais 11 naves apareceram em países aparentemente aleatórios e com isso começa uma corrida entre as nações para descobrirem os objetivos desses aliens e se são amigos ou inimigos.

O melhor do filme

Quesitos técnicos, enredo intrigante e o clima de tensão são de longe o que levaram o filme a estar brigando pelo Oscar.

A chegada - comunicação
A forma de comunicação apresentada para os aliens é diferente de tudo que eu já havia imaginado

Mais do que ficção científica, esse filme é um thriller que usa com perfeição a essência do gênero, mesmo com quase nenhuma ação o longa te mantém preso à poltrona o tempo todo e ainda adiciona questões mais filosóficas sobre como a TV e outros meios de comunicação influenciam nossas decisões, o poder do governo sobre a informação e sobre escolhas que devemos fazer na vida.

No que coube ao diretor Denis Villeneuve, o filme foi excepcional, o filme não precisa de seus atores para funcionar perfeitamente, todo o clima de apreensão é gerado pelas tomadas filmadas de diferentes ângulos fazendo a fotografia se misturar ao roteiro e tornar o filme em algo diferente da grande maioria, conseguindo ser lento sem ser cansativo e imprevisível mesmo sem ação.

Esses motivos explicam porque Villeneuve foi escolhido para dirigir a sequencia do aclamado Blade Runner, que precisa ter mais do que explosões e troca de tiros, mas pensamentos filosóficos e um roteiro dubio, que te explica o necessário e deixa a imaginação do espectador fazer o resto.

O roteiro, edição, fotografia… todos esses quesitos técnicos fazem jus a indicação. Desde o estilo “Tarantinesco” de misturar flashbacks com a história linear, toda a tecnologia e atmosfera da nave alienígena, os próprios aliens e seu sistema de comunicação, são todos fatores que enchem os olhos do amante de ficção e me fizeram aproveitar cada minuto do filme observando a beleza do que foi criado.

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O que deixou a desejar

[ESSE TÓPICO PODE (E DEVE) CONTER SPOILERS IMPORTANTES SOBRE O FILME]

Primeiro de tudo, como fã de ficção cientifica sempre fico com um pé atrás quando resolvem misturar viagem no tempo e previsão do futuro a história, pois existem certos dilemas e paradoxos relacionados a esses temas que quem “conhece” o assunto acaba tendo que ter uma suspensão de descrença bem forte para não se incomodar com a trama.

E o meu problema como o filme é que ele manteve uma vibe plausível, ou como gostam de dizer hoje “sombria e realista” e encerraram com essa história de entendendo a nossa langui você conhece o futuro.

Por ser baseado em um livro (História da Sua Vida), é totalmente natural que ele siga a história original na sua essência, então não posso ficar aqui criticando o roteiro, pois como o próprio autor do conto, Ted Chiang, disse, levando em consideração o teor da história e as adaptações que estamos acostumados a ver nos cinemas, é quase um milagre que tenham conseguido entregar um filme de tanta qualidade.

A chegada - protagonistas
Poderia ser Jeremy Renner ou Cigano Igor que não faria a menor diferença

E só para explicar o meu descontentamento com o Jeremy Renner, o problema não é ele, mas sim o personagem. O único motivo para ele estar lá é explicar que ele vai se casar com ela no final e tentar criar um laço entre eles para isso ter um peso maior, o que não acontece e ele acaba parecendo um figurante que aparece com certa frequência no filme.

Afinal

Não posso dizer que ele merece receber algum dos Oscar porque não assisti todos os filmes, mas posso dizer que todas as 8 indicações foram justas, já que o filme é excelente em todos os quesitos técnicos, e se o final me desagradou pela inserção de “poderes mágicos” a questão que eles nos trás é bastante intrigante: Se você soubesse que você teria uma filha e viveriam relativamente felizes, com bons e maus momentos (como toda família), mas que antes de se tornar adulta ela teria câncer e morreria, ainda sim você daria a luz? Ou privaria você e ela da dor, porém também dos momentos felizes?

Serve como reflexão e também como um bom entretenimento, recomendo a todos que assistam, principalmente fãs de ficção e torço para que o Oscar fique ou com Villeneuve ou com Mel Gibson, do filme ‘Até o Último Homem’ que é filme que falaremos amanhã, que ambos fizeram um trabalho magnífico.


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