Há alguns meses vi por “acidente” o trailer da nova série do canal Syfy, ‘Happy!’. Onde um ex-detetive, o mais politicamente incorreto possível, se junta a um unicórnio imaginário, para salvar uma criança sequestrada.
O nível de bizarrice desse trailer me chamou muito a atenção e me fez acompanhar a série, e dentre as séries desconhecidas e episódios piloto que costumo assistir, Happy! é a melhor descoberta em anos.
Nick Sax é um ex-detetive e atual assassino de aluguel, mas que na maior parte do tempo parece um mendigo viciado vagando pelas ruas de Nova York.
Happy é um “Alegre Unicórnio Azul Voador”, amigo imaginário de Hailey uma garotinha que foi raptada por um Papai Noel bizarro.
Em busca de ajuda, Happy encontra Sax para salvar a sua amiga, mas precisa convencê-lo que esse problema é maior do que os que Sax tem com a máfia italiana.
Os 8 episódios são recheados de drogas, bebidas, piadas infames, acidentes de carro, quase mortes e mortes, muitas mortes. Tiros, facas, serra elétrica, machado, troféu… Enfim, tudo que pode (e não pode) é usado para matar alguém, mas nem tudo é violência já que temos uma grande pitada de fofura, já que Happy é um dos protagonistas.
Nick Sax é um dos melhores personagens atualmente na TV, com 0 de respeito próprio ou para os com outros, ele é uma mistura de protagonista de comédia pastelão, com um badass de filme de ação, com cara de vilão de Esqueceram de Mim.
Aliás, o Sax é um personagem incrível, mas eu assistiria tranquilamente uma temporada toda sem história alguma, só mostrando a interação dos personagens como Smoothie, Blue, Sonny Shine e o restante da família italiana maluca.
A grande prova de que os personagens e o texto da série são tão bons, é que a história não é lá essas coisas, não é ruim, mas não tem grandes revelações, viradas no roteiro, nem nenhum grande acontecimento, só loucura mesmo, desde rastrear a procedência de um biscoito da sorte até invadir uma orgia com gente fantasiada de animais.
Tão interessante quanto a série é o fato de ela ser baseada numa HQ de Grant Morrison, mas que não tem 50% da qualidade da série de TV, tanto que nem terminei de ler porque nem parecia a mesma história que eu vi na TV.
Happy é realmente incrível não só pelo fato de ser extremamente divertida, engraçada e politicamente incorreta, mas também por abordar alguns temas sérios de uma forma não muito sutil, mas também não piegas. Pensando bem, qual outra série aborda assuntos tão polêmicos quanto depressão, suicídio, orgias bizarras e culinária chinesa, numa comédia?!
Por fim preciso confessar que o final de Happy me fez chorar (só um pouquinho)… Sério, não importa se você já assistiu metade da série ou se você ainda nem começou a assistir e só viu o trailer e leu esse post, qualquer menção a drama ou choro é quase inimaginável, e isso só prova que a série foi muito bem produzida, escrita e dirigida por Brian Taylor e sua equipe. Lembrando que Brian Taylor também é responsável pela franquia ‘Adrenalina’ e pelo filme ‘Gamer’, mais um motivo para ser estranho qualquer vontade de suar pelos olhos.