Já adianto que o título do post se trata do filme e não do protagonista, só pra não deixar dúvidas (Valerian é o herói da história, então seria no mínimo esquisito eu dar esses adjetivos para ele).
Mas brincadeiras à parte, o filme é tudo isso mesmo no quesito criação de universo, beleza visual e diversão, agora roteiro…
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas é baseado em uma série de HQs belga que conta as aventuras de Valerian e Laureline pelo espaço e tempo. No caso do filme, é uma aventura espacial, que se passe em uma gigantesca estação espacial, conhecida como a cidade dos mil planetas por agregar milhares de espécies de todo o universo.
Sabe quando você cria um personagem ou uma história nova em algum jogo para testar, e acaba gostando mais do que o antigo? Pois é, Valerian é tipo isso, parece que Luc Besson tinha uma história principal em mente, mas que conforme o enredo foi acontecendo, ele gostou tanto do rumo que o filme estava tomando que resolveu abandonar o problema principal e dar mais tempo ao “esconde esconde” entre os protagonistas.
70% do filme não trata da história principal, existe uma história apresentada nos primeiros minutos, depois uma longa aventura (que acaba sendo o filme em si) e no final um desfecho para a história que a gente já até tinha esquecido que existia.
E parece que a Cara Delevingne “chama” esse tipo de roteiro furado (dessa vez não ruim, mas ainda sim, furado), talvez sua beleza enfeitiça os diretores, ou ela simplesmente não lê os roteiros antes de aceitar o papel, mas o fato é que em Esquadrão Suicida a sua personagem é recrutada para ser a solução de um problema inexistente, e mais adiante ela acaba se tornando esse problema. Já em Valerian o problema até existe, mas durante mais da metade da história o problema que eles tentam resolver, só envolve eles mesmo.
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Bizarro descreve boa parte do filme, tanto no bom, quanto no mal sentido. Por ser um filme de fantasia espacial, nada mais normal, porém são bizarrices diferentes de um Mül que come uma perola e libera várias (exatamente do jeito que você imagina ^^), mas bizarras do ponto de vista de história e filme. E três momentos chamaram muito a minha atenção nesse ponto:
*A participação da Rihanna foi algo que não tenho um sentimento único pra descrever porque é sempre bom ver ela dançando, seu personagem é muito legal, mas quando você para pra ver percebe que o “show-off” dela foi maior que a sua própria atuação é realmente estranho.
*Logo na sequência temos a cena do resgate da agente Laureline, onde existe o medo de um problema diplomático só por Valerian entrar no território dos aliens que estão com a sua parceira, porém ele não só desobedece a ordem de não invadir o local, como de bônus ainda dizima a família real alienígena e quem mais estava próximo!!
*E o final quando eles retomam a história principal e aí lembramos que existia uma história principal no começo do filme, que precisava de um encerramento.
E uma bizarrice bônus, mas não menos importante, precisamos falar de Dane DeHaa, o ator que interpreta o protagonista e tem 31 anos!! Não sei como, mas é impossível você dar mais que 20 anos pra ele, e essa cara de moleque (mimado, ainda por cima) tira muito da credibilidade do personagem que se porta como uma espécie de líder badass, mas com cara de adolescente convencido e criado com a vó.
Fui assistir sem nenhuma expectativa, já que a dupla de protagonistas pareciam engomadinhos demais pra mim, mas me diverti bastante, algumas vezes pelos motivos errados, mas saí feliz do cinema. O universo adaptado das HQs, é muito vasto e o visual ficou maravilhoso, merece muito continuações e derivados, só que com um cuidado um pouco maior com o roteiro.