Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, no original) é uma espécie de remake do filme original, de mesmo nome, lançado no auge do cinema de “faroeste” na década de 60, que no caso também é uma espécie de remake (ou releitura) do filme japonês de 6 anos antes: Os Sete Samurais, do mito do cinema, Akira Kurosawa.
Assim como o filme de 60 fez algumas alterações culturais no roteiro do original, a mais obvia foi mudar de samurais para pistoleiros (claro!), no filme de 2016 a maior mudança cultural está na escolha do elenco, já que hoje tentamos ser mais inclusivos e politicamente corretos, então dentre os sete que dão nome ao filme, temos um latino, um asiático e um índio, liderados por um negro, coisa que em 1960 seria uma quebra enorme de tabu, mas que hoje soa totalmente normal.
Uma pacata cidade no oeste americano é massacrada por Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard) após os moradores se negarem a “vender” suas terras. Bogue dá um prazo de três semanas até que ele volte e fique com as terras por bem ou por mal, nesse intervalo a jovem viúva Emma (Haley Bennett), junta todo o dinheiro possível com o resto da cidade para contratar mercenários para defendê-los, encontrando assim o caçador de recompensas Sam Chilson (Denzel Washington) que terá a difícil missão de formar uma equipe e treinar os habitantes da cidade contra o exercito que vem por aí.
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Sete Homens e um Destino é um filme a ser estudado, porque ele tem um roteiro extremamente superficial (no nível de Ridiculous 6), e o mais estranho é que ele não tem um gênero definido, as primeiras cenas são puro drama pesado, depois começa uma ótima comedia e culmina em um ato final recheado de ação. E mesmo com essas mudanças bruscas de clima e foco, foi um dos filmes mais divertidos que eu vi no ano.
Nas bilheterias, o filme não conseguiu render o esperado, aqui no Brasil a divulgação foi tão fraca que eu só fui ver o trailer e saber do filme depois que ele já tinha estreado nos cinemas, até por isso ele fez mais dinheiro nos EUA do que no resto do mundo, e esse dinheiro que entrou está muito relacionado com o elenco, encabeçados por Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke e Vincent D’Onofrio.
Os protagonistas reais do filme são o Denzel, um badass sem igual, que comanda tanto a equipe como a parte mais ação do filme e Pratt, que é um “Zé Graça” sem igual, então claro que as cenas de comédia ficam a cargo dele. Eles são os únicos que recebem alguma construção, os outros membros vão simplesmente aparecendo e entrando para o grupo, a maioria sem a menor razão ou motivo para aceitarem essa missão suicida.
Essa simples apresentação dos personagens já diz qual é o ponto fraco do filme, os roteiristas nem sequer fazem força para criar motivação para o restante da equipe participar da grande batalha, o máximo que acontece é deixar subentendida algumas motivações, o índio que quer vingança contra o líder da sua antiga tribo que o expulsou e faz parte do bando dos vilões, ou Midnight que é antigo conhecido do personagem de Denzel e por isso aceita ajudar, mas é só, não quiseram dar uma motivação aos personagens e pronto.
Se alguém ali tenta fazer sentido e ter algumas falas minimamente compatíveis com a situação é a bela Haley Bennett, que já tinha chamado a atenção em Hardcore Henry e aqui é a única personagem que tenta passar uma sensação de dor, justiça e vingança para a ação desenfreada que vem pela frente.
Além de ser engraçado (mais que Ridiculous 6 que é enquadrado como comédia), as cenas de ação ficaram sensacionais, principalmente para a nova geração que não tem a disposição tantos filmes de “bang-bang” quanto nas décadas de 60 e 70, temos duas batalhas “principais” durante e filme e ambas são de tirar o fôlego, sendo a última praticamente todo o ato final.
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Não há muito mais o que dizer, Sete Homens é um ótimo filme para assistir descompromissado, é divertido e bem servido de cenas de ação, por mais que em certos momentos pareça que ele vai tocar em pontos como racismo e preconceito, sendo uma jovem mulher a única a chamar a responsabilidade e representar toda uma cidade, e ter vários estereótipos dentro da equipe, o roteiro deixa isso de lado e vai pendendo cada vez mais para o lado da diversão pura e simples, a não ser que você esteja querendo ver um novo ‘Bravura Indômita’ provavelmente serão duas horas de muito entretenimento.
Elenco digno de Oscar e roteiro de Framboesa de Ouro, ficar no meio termo acho que é o mais justo, aguarde em breve na Tela Quente mais próxima de você.