Hardcore Henry ou Hardcore: Missão Extrema no Brasil, é combinação perfeita entre um filme de ação e russos, muita ação frenética, violência e cenas absurdas, drogas, mulheres e muito, muito sangue.
Obs. Antes que surja a dúvida, o filme é produzido por russos, mas é todo falado em inglês, só que fala em russo são alguns policiais que aparecem durante a história.
Você lembra daquele clipe russo de 2013 que se transformou num viral pela sua originalidade e violência, Bad Motherfucker da banda Biting Elbows? [Vídeo abaixo]
Pois é, após o sucesso do clipe, o vocalista da banda, Ilya Naishuller, que havia criado e dirigido o vídeo, foi procurado por Timur Bekmambetov (diretor de Wanted) que se ofereceu para produzir um filme completo nos mesmos moldes do clipe e com Ilya como diretor. Após o final das filmagens, Ilya abriu um projeto de crowdfunding no IndieGoGo para arrecadar mais recursos para melhorar a pós-produção (efeitos especiais, tratamento das imagens e sons), além de chamar a atenção do mundo para a produção que já estava quase completa.
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O projeto conseguiu arrecadar $250.000 no crowdfounding, e estima-se que foram gastos no total, cerca de 2 milhões de dólares em toda a produção. Infelizmente por ser um filme de baixo orçamento, mesmo tendo feito sucesso em festivais e ter chamado a atenção de várias distribuidoras pelos direitos internacionais do filme, ele já foi adiado várias vezes no Brasil, e é bem provável que ele não chegue mais aos cinemas brasileiros, portanto provavelmente ainda não poderemos ter a experiência de assistir um filme desses na tela gigante.
Bom, não poder assistir no cinema é chato, mas assistir em casa ainda é uma experiência totalmente diferente do que estamos acostumados com filmes, então vou tentar falar o menos possível sobre a história, já que não conhecer nada do enredo, tornou o filme ainda mais divertido para mim. Eu havia assistido ao primeiro “trailer” (aí em cima), a mais de um ano atrás e não tinha visto a sinopse ainda, então sobre a história, eu não sabia nada.
O filme foi praticamente todo gravado com câmeras GoPro, instaladas em uma espécie de máscara que eles criaram, para que fosse tudo mostrado da perspectiva do protagonista, dando um efeito único ao longa. Interessante é que existiram vários Henry durante a gravação, isso porque as cenas de parkour e de maior perigo foram gravadas por dublês, mas também porque a armação que fizeram para segurar as câmeras, machucavam os atores, então pelo menos três pessoas “interpretaram” Henry ao longo do filme, incluindo o próprio Ilya.
Deu um trabalhão para conseguirem passar esse efeito para nós espectadores e encher de felicidade o coração dos gamers, porém muita gente criticou o filme por causa da câmera, exatamente por não estar acostumada com os movimentos de câmera frenéticos de um FPS por exemplo, então existe grande chance de pessoas que não costumam jogar esse tipo de jogo, sentirem um certo mal-estar e até enjoo em algumas cenas, mas nada muito pior que o 3D de alguns filmes que vemos no cinema.
É impossível você assistir ao filme e não o comparar com games que utilizam essa ótica de primeira pessoa, o que acaba o tornando uma obra obrigatória para qualquer fã de games, porque além do angulo de visão diferenciado o filme é um show de sutis referências a jogos, que vão das mais obvias como Deus Ex e Call of Duty, até mesmo Far Cry e Metal Gear Solid.
A trilha sonora é uma sacanagem, eu não tenho palavras educadas para descrever o quão boa ela é, e não só as músicas escolhidas são sensacionais aumentando a ênfase na ação, mas também toda a sonorização ficou excelente, com cortes de som e mudanças no ritmo que mudam totalmente e ditam o clima de uma cena.
O filme tem pequenos problemas com os efeitos especiais em alguns momentos, normalmente com o sangue espirrado por algum personagem, mas pelo seu orçamento, não é nada que se possa reclamar, os efeitos especiais estão no nível da série do Demolidor, ou seja, não é perfeita, mas é ótima. Além disso, senti que a montagem ficou estranha em alguns momentos, novamente, nada gritante ou que cause algum problema no filme, mas eu tinha que citar alguma coisa errada aqui.
A única coisa que eu senti falta, foi que eles explorassem mais o lado maquina dele. Henry é quase um Robocop, mas usa muito pouco de seus equipamentos cibernéticos. Entendo que ele ainda está se conhecendo, mas durante boa parte do tempo ele é só um homem normal com habilidades acima da média, nada de erguer coisas com seu braço biônico eu usar visão de raio-X…
Eu achei que tinha visto o Sharlto Copley (Distrito 9, Oldboy) surtado em Esquadrão Classe A, mas aqui ele teve a liberdade de ser maluco de várias formas diferentes, além de ser a alma do filme, já que nosso protagonista não fala (assim como em vários games) e por não vermos seu rosto, também não atua, então toda a jornada do herói é construída por Jimmy, interpretado por Sharlto.
Além das cenas de ação sensacionais, o filme é bem engraçado, seja pelas ações de Jimmy ou simplesmente pelas cenas non-sense que tanto amamos dos filmes trash, somando isso as excelentes sequências de ação e uma história que foi muito mais do que eu esperava, o filme está entre os meus favoritos do ano, no TOP 5 dos que eu mais me diverti assistindo.
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Não acredito que esse estilo de abordagem em primeira pessoa virará moda, mas esse filme mostrou que é possível fazer algo de qualidade, filmando por esse angulo. E fica a ideia para a industria cinematográfica, produzir mais filmes como esse, imagina algo do tipo “Invocação do Mal” em primeira pessoa… É pra ir de fraldas ao cinema.
E você, já assistiu ao filme? Ficou enjoado ou alucinado? Deixe aí nos comentários a sua opinião e se ainda não assistiu, corre atrás que vale a pena.
Sinopse:
Henry, é um ciborgue recém-ressuscitado que tem a sua esposa/criadora sequestrada por Akan, um vilão psicótico com poderes telecinéticos que deseja criar seu próprio exército de ciborgues. Contando com a ajuda de Jimmy, ele corre contra o tempo para salvar sua amada e se vingar de Akan.
Diretor:
Elenco: