Não iria falar nada de Rogue One, não estava tão ansioso com a estreia do filme e não fiquei muito impressionado com o trailer que havia visto… Eu esperava um simples filme de ação espacial localizado dentro do universo Star Wars, mas assim como a Marvel, a Lucas Films parece ter encontrado a fórmula do bom filme e Rogue One segue os mesmos moldes de “O Despertar da Força” para provar que a partir de agora, quanto mais Star Wars melhor!
Quem conhece as histórias criadas pela comunidade, fanfics, livros, jogos… sabe que existem dezenas de tramas maravilhosas, muitas vezes melhores até que as contadas nos filmes originais. O problema é que quando resolveram lançar mais filmes (Episódios I a III), a ideia foi muito mal executada, e a história em si que é ótima e a curiosidade em conhecer o passado de Darth Vader não foram suficientes para tornar os novos filmes bons.
Essa trilogia então deixou em dúvida os novos espectadores e investidores, se Star Wars era realmente uma franquia tão boa ou se foi coisa do pioneirismo do momento, mas a Cartoon Network acreditou na franquia e em 2008 lançou a excelente animação: Star Wars The Clone Wars, depois vieram outras series, vídeo games, e agora, nas mãos da Disney, novos filmes. Infelizmente eles já confirmaram que não considerarão as histórias não-oficiais, onde tínhamos ótimas batalhas e guerras, principalmente no passado, com o mestre do Imperador e de Qui Gon Jinn, mas com George Lucas longe, a franquia tem tudo para alcançar o patamar que merece.
Se não teremos histórias já conhecidas de Star Wars no cinema, pelo menos a Disney já mostrou que tem a capacidade de criar novas, tão boas quanto as surgidas na internet e de fazerem filmes MUITO melhores que os do nosso querido Lucas e melhor, amarrando tudo com o que já existe e planejando um futuro ainda mais conectado.
Se ‘O Despertar da Força‘ foi quase um remake do Episódio IV, pra trazer a nostalgia aos antigos fãs e contando uma história já aprovada, com uma cara totalmente nova para uma nova geração de espectadores. Rogue One mostra uma nova visão desse universo, com uma trama de espionagem e invasão, sem jedis e quase sem Skywalkers, mas com muita referencia ao que já foi visto e com o que provavelmente ainda será mostrado na franquia.
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Mesmo sem as belas batalhas de sabre e nem a família mais problemática do universo, vários pontos são clássicos de Star Wars nesse filme, o principal é a alma dos droids, e não digo a do anão que fica dentro da carcaça, r2-d2 tinha carisma mesmo só apitando, então veio bb8 com a alma de um cachorro, e agora temos K-2SO, um droid imperial de segurança que foi reprogramado para ter a personalidade do Sheldon Cooper (The Big Bang Theory), um nerd cheio de estatísticas e que tem um humor baseado em respostas rápidas, sinceras e sem se importar muito com sentimentos humanos. Fisicamente o design dele não me atrai, por isso fiquei assustado ao ver a quantidade de estatuas vendidas desse robô, até que eu assisti ao filme e percebi que nem só de visual a Sideshow faz sua fortuna, diferente do BB-8 que tem uma “cara” mais simpática, K-2SO vende simplesmente baseado no carinho dos fãs por ele.
Os cenários também sempre foram ponto forte da franquia, principalmente quando temos batalhas nelas, principalmente agora com a tecnologia muito mais avançada, ver os “walkers”, naves e stormtroppers explodindo tudo é maravilhoso, mas o que torna tudo isso Star Wars são os detalhes nesses cenários, tudo conta uma história, nada está ali por acaso, uma nave destruída, uma estátua ou até um estabelecimento no cantinho da cidade, pode ter alguma importância passada ou futura na franquia.
Rogue One, além de um teste para descobrir se funcionaria um filme de Star Wars “sem” jedis e Skywalkers, a Disney aproveitou a chance de “apresentar” Darth Vader aos novos espectadores. Todo mundo conhece Darth Vader, todo mundo! Porém, muita gente não sabia quem era ele exatamente e nem o porque dele ser tão temido e um dos maiores vilões da história do cinema, e o que fizeram no final desse filme foi simplesmente uma reafirmação de uma marca, como fã eu me arrepiei no momento que ele sai das sombras durante a invasão da nave rebelde, uma amiga que assistia junto comigo (seu primeiro Star Wars) só conseguiu soltar um monte de palavrões de surpresa e perplexidade. Uma cena perfeita, do áudio a fotografia, tudo excelente para não fazer a sua aparição um simples fã service.
Só para ser justo preciso citar um nome aqui, Spencer Wilding. Esse cara que ninguém conhece é simplesmente o monstro oficial de Hollywood, além de ser o corpo do Darth Vader nesse filme, ele já foi um minotauro em Fúria de Titãs, Lobisomem em Harry Potter, além de filmes como Beowulf, Lanterna Verde, Frankenstein, Guardiões da Galaxia…
Isso quer dizer que ele é um bom ator? Não, mas é legal dar os créditos ao cara pela quantidade de filmes em que ele aparece e a gente não faz ideia de quem é.
Parece uma sacanagem da minha parte citar o Vader antes dos outros personagens, já que é a equipe deles que dá nome ao filme. O meu problema é que assim como em outros filmes da saga, eu não vou com a cara do(a) protagonista, tudo que os coadjuvantes tem de legais e interessantes o(a) principal deixa a desejar, Luke é insuportável, tem cara de bobo e atitude atitude de rei, Leia se comporta como uma verdadeira princesa, cheia de mandar em todo mundo e com uma rispidez inexplicável, o Anakin ainda consertaram na série animada, mas nos filmes é outro bobo alegre, além de uma ganancia digna de um mestre sith, nunca na história das histórias fantásticas um protagonista acreditou tanto na profecia do escolhido. E chegando agora em Rogue One temos a rebelde sem causa Jyn Erso, que você pode até achar que ela tem motivos emocionais para ser rebelde, mas a verdade é que ela deve ser maluca, discute com todo mundo, bate em quem está arriscando a vida para salvá-la… Não à odeio mas também não gosto.
Por outro lado os outros personagens são muito legais, principalmente a dupla Chirrut (o cego) e Baze (o bazukeiro), Chirrut é um dos personagens mais legais já apresentados, e merecia muito um spin-off em alguma outra mídia e Baze funciona extremamente bem como sidekick e fiel escudeiro. Cassian na maioria dos momentos toma o protagonismo do filme, rebelde roots, não tem frescura, porque guerra é guerra e se você vai participar dela, tem que saber disso. Até o piloto que parecia ser só um figurante ganha certa importância e carisma.
Minha decepção mesmo foi com o pai da Jyn, Mads Mikkelsen é um excelente ator, vide Cassino Royale e a série do hannibal, mas depois de fazer o fraco Kaecilius em Doutor Estranho, ele novamente não consegue brilhar no papel de Galen Erso, o criador da temida estrela da morte, ficou muito “stardust” e pouco dialogo realmente relevante.
Enfim, o filme superou muito as minhas expectativas, tem claro a vantagem de ser um Star Wars, e nos apresentar aquele fã service gostoso, mas também tem uma história legal, cenas emocionantes e um ritmo muito bom, os personagens passam por vários ambientes, diferentes missões e objetivos, até chegar num belíssimo ato final.
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Mesmo com algumas cenas desnecessárias, tipo a ex-prisioneira, desconhecida, Jyn Erso, discursando como uma veterana para os rebeldes tentando convence-los de que são todos uns maricas e que a aliança iria acabar se eles não a seguissem, ou mesmo a cena mais que forçada para explicar porque o filme chama Rogue One, nada disso atrapalha o filme, na minha opinião nota 9.
Por fim, só tenho que fazer uma menção ao ótimo trabalho de CGI que fizeram, recriando os rostos antigos da princesa Leia e do grand moff Tarkin, infelizmente Carrie Fisher nos deixou no fim de 2016, então provavelmente ainda veremos mais alguma vez essa tecnologia sendo usada para recriar seu rosto, dessa vez para o personagem se despedir dos fãs.