Warcraft é um jogo de estratégia lançado pela Blizzard lá atrás em 1994. Com o sucesso e por ser baseado nas clássicas histórias de RPG e Tolkien, o universo foi expandido os mais diversos produtos, de jogos de tabuleiro até livros e agora, mais de duas décadas depois, um filme live-action.
Teoricamente fazer um filme de uma obra dessas é um sinônimo de sucesso (dinheiro), mas a história já nos provou que adaptar um jogo para os cinemas é uma tarefa ingrata e sempre vem acompanhada com uma grande dúvida para os produtores: Fazer um filme para os fãs, ou fazer um filme para o público geral? Num futuro próximo exploraremos mais essa dúvida e o que aconteceu com outros filmes baseados em games, mas por enquanto, vamos ser mais específicos com Warcraft.
Desde de que foi escalado, o diretor Duncan Jones (diretor do sensacional Contra o Tempo de 2011 e filho de David Bowie) se declarou fã da franquia e que faria um filme de fã para fã, inclusive com a supervisão da própria Blizzard.
Mas para pagar um filme como esse é necessário mais do que só os fãs do game, então alcançar um meio termo seria o ideal para que mais do que um sucesso o filme fosse bom de verdade.
Pois então, assisti ao filme sem conhecer ninguém, somente os visuais dos personagens e posso afirmar que pessoalmente o filme foi quase totalmente excelente.
Primeiro considerem que eu não conheço Warcraft, mas claro que conheço toda a mitologia de Humanos, Orcs, Elfos, Anões, magia e espada em geral, ou seja, sou um grande fã do tema.
Considerando isso ver o trabalho que fizeram com os Orcs e os cenários é de se chorar de emoção, diferente de qualquer filme que eu me lembre agora, o drama ficou praticamente todo a cargo dos Orcs, e a equipe de captura de movimentos merece um Oscar pela perfeição. Esses Orcs tiveram mais expressão que muito ator por aí que se diz bom.
Ainda falando do CGI, as magias ficaram muito maneiras sugando a vida de outros personagens, os lobos e outros animais também não tem o que se criticar. No quesito visual o filme ficou perfeito.
Algo que eu ouvi o pessoal reclamando antes do lançamento foi a caracterização dos humanos, já que no game eles são mais do tipo Unreal Engine (bombados estilo Gears of War ou XCOM), mas novamente achei muito maneira as armaduras e armas, e não usar um elenco todo formado por lutadores do WWE impediu que o filme se tornasse totalmente caricato.
Vendo a mitologia como um todo, não tenho ressalvas, eles contaram uma história sobre Humanos e Orcs, mas também mostraram que existem Anões (forjando armas) e Elfos (sendo metidos).
Mesmo não conhecendo as referências, em muitas cenas eu sabia que ela estava presente, isso porque o diretor quis fazer tanto fã service que as vezes eles quebram o ritmo para citar pessoas, lugares ou então mostrar alguma arma.
Na verdade, nada disso atrapalhou, fiquei feliz por quem pegou as referências, o problema real para mim foi a quantidade excessiva de nomes citados e a maneira que eles eram apresentados.
Confesso que fiquei um tanto perdido durante os primeiros 40 minutos de filme quanto a quem era quem durante as conversas, por outro lado, tenho que dar os parabéns ao diretor pois fisicamente ficou bem claro quem era quem na história, somente a quantidade de nomes me deixou perdido.
Gostei muito do filme, muito mesmo, a única ressalva que eu faço é quanto ao rei humano, ele passou o filme todo apagado, sendo um total figurante e quando chega a batalha onde ele tem a oportunidade de brilhar… Ele segue apagado! Alguém deveria ter mostrado para ele 300 ou Coração Valente, para o ator se inspirar em verdadeiros líderes. E olha que sou muito fã do Dominic Cooper. Mas acaba se redimindo um pouco com um final digno de rei.
E fiquei decepcionado com a batalha final entre Lothar e Blackhand, o Orc já era um dos mais poderosos depois ainda recebeu o poder da magic fel, mas infelizmente o tempo deve ter apertado e tornou a cena ÉPICA bastante curta.
Podemos dizer que a história conta com meia dúzia de humanos, deles eu concordo com quem disse que o casal real ficou bem abaixo, mas em contrapartida Khadgar e Lothar foram extremamente bem e carismáticos e no final são eles que realmente importam.
O filme teve tudo que uma boa história deve ter e ainda bastante fã service para quem já conhecia a franquia, é claro que não posso dizer se um fã gostou do trabalho que foi feito com algo que ele tanto ama, mas para mim, que não tenho relação emocional alguma com a história, ele cumpre bem o papel que se dispõe, apresentando um novo mundo e personagens e deixando um futuro totalmente aberto para sequências.
Com bastante drama (sem fazer ninguém chorar) e muita aventura, com algumas cenas épicas e um primoroso CGI, Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos está na minha lista de melhores do ano, foi uma ótima introdução ao mundo dividido entre Horda e Aliança e o melhor, é daqueles filmes que dá vontade de assistir novamente. Muito recomendado e aguardamos o DVD com extras da transformação dos atores.
E tu, é fã da franquia? Gostou do filme? Deixe aí nos comentários sua opinião a respeito da adaptação, que como filme individual eu curti demais.